Os 180º

Relativamente a uma frase deste post, a minha vida deu mesmo uma volta de 180º. Uns 180º mais fraquinhos do que o previsto, vá, uns 175º. Se tivessem sido uns 180º a valer, a esta hora estava a fazer as malas para o Sr. cá da casa ir viver e trabalhar para Lion, França (a uns 1000 km daqui). Tal não aconteceu...

Mas, então o que aconteceu para a vida dar uma voltinha de 175º?

Vou regressar á Pátria amada!!!! Quando terminarem as aulinhas do Mr. T., estaremos prontos a fazer as malas. Só os três, porque, por enquanto, o pai fica. Vamos abrir o nosso próprio estaminé, na minha terra natal.

Parecemos uns ciganos. Por isso digo, e continuo a dizer que não vale a pena tentar viver rápido e planear tudo e pensar e tornar a pensar. A vida prega cada rasteirinha. E, ás vezes, as quedas são fodidas.

Mas, apesar de tudo, vai-me custar sair daqui. Já me acostumei, já criei amizades, poucas, mas criei. Já me habituei à língua, a pensar em espanhol. A ouvir o meu filhote falar as duas línguas tão bem!!!

E sim, tenho um pouco de receio de voltar para aí. Porquê? Porque esse pessimismo lusitano, esse encolher de ombros, esse isto tá uma merda, deixá-la estar e que se foda porque a culpa é só de um ou dois faz-me mal. Provoca-me ansiedade, dá-me ulceras. Mas não vou baixar os braços. Vou investir. Vou-me empenhar até ás cuecas, criar empregos, alimentar famílias e viver feliz na santa terrinha. Criar os meus dois filhos (SIM, PORQUE A FÁBRICA JÁ FECHOU PARA BALANÇO!!), vê-los crescer, tudo fazer para os ver felizes, cuidar da minha família (pais e sogros que tanto sofrem de saudades) e fazer com que tudo dê certo, não esperando que seja definitivo porque esta vida dá muitas voltas. De 180º. E de outros graus.