segunda-feira, 22 de novembro de 2010

As crianças são cruéis...

E como! Hoje, saímos da escola e decidimos, eu e mais outras duas mães, ir beber um cafézinho. Duas de nós estávamos a pé e a outra de carro. O filho da que estava pé comigo quis ir com o seu amiguinho de carro. E foi. O meu, como anda sempre no mundo da lua, ou a contar átomos de oxigénio (que grande químico vai ser!!), só deu conta quando os outros já estavam dentro do carro. Claro, também queria ir, mas, como a dona do carro não lhe perguntou se ele também queria ir...  Foi o caminho todo a chorar e o meu coração apertadinho, com pena, muita pena do meu filhote. Bem lhe tentei dizer que eles estariam já no café quando nós chegássemos, mas nenhuma das minhas palavras lhe acalmou o coração ou o choro. Queria ir para casa. Eu lá lhe disse que íamos, mas antes iríamos comprar pão. E lá fomos, com a banda sonora de choradeira a servir de fundo para a nossa caminhada ao frio.

Estávamos já a chegar junto à porta da pastelaria, quando o puto vê os dois amigos a correr dentro do estabelecimento, felizes que só eles. Rapidamente, pára de chorar, limpa os ranhos e as lágrimas que lhe enchiam os olhinhos e diz que estavam ali os seus amigos P. e O.. E lá entrou todo contente, com o coração já quentinho! Mas, um deles, ao ver-lo, vira-se e diz que não quer o Mr. T. ali, porque não é amigo dele. O outro vai na onda também. Não não és nosso amigo, vai-te embora! Portas-te mal!

Foi aqui que tive muito que me conter para não desatar em altos prantos pois já vinha com o nó no estômago do choro triste que ele trazia, mas que tão rápido apagou quando viu os amigos e depois...isto.

São crianças. São cruéis. Muito. Dois minutos ficou ele sentado na cadeira como se o mundo tivesse acabado. Depois? Depois passou, lá foram brincar, correr e fazer tudo como se fossem inseparáveis e nunca tivessem dito ou feito nada que os magoassem.

As crianças têm a capacidade de esquecer rápido, quase como nós, mulheres, depois de termos tido as nossas crias.

Mas eu não. Por isso, o nó ainda aqui está. Ainda não chorei. Mas vou ter de chorar. Para passar. Para poder esquecer o olhar dele.

Também me deu a gana de saltar para cima dos putos como se fosse uma leoa... mas o tempo da selvajaria já passou!

















P.S. - Porque é que o puto disse o que disse? Porque, quando ele dá pancada, o gaijo que anda sempre a contar átomos nunca se fica! Pois...

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