domingo, 25 de julho de 2010

Aos meus queridos anónimos

Acho que vos induzi em erro... aqui a "je" não é aficionada, muito pelo contrário, sou bem contra as touradas, principalmente as touradas espanholas, designadas touradas de morte. E o contente que fico quando algum toureiro leva com os cornos do touro pelo cú adentro (quem corre por gosto, não cansa)!!! Acho cruel o que fazem aos bichos e também não gosto muito do encierro do San Fermín onde os bichos correm porque estão cheios de medo e não porque estão no San Fermín, para depois depois serem toureados e mortos na arena. Mas tem o seu "je ne c'est quoi" e só estando por cá é que se sente a festa.

Mas então porque falas disso no teu estaminé? Porque acho fantástica a dimensão da festa e o significado que tem aqui, a mística, a tradição, a maneira como os Pamplonenses vivem a coisa! Desde os mais pequenos aos mais velhos, incluindo animais de estimação. Nas lojas, nos jardins, nas empresas, que chegam a fechar desde o primeiro dia ao último. Como uma pequena cidade do interior espanhol, do tamanho de Coimbra ou Viseu, se transforma num "caos ordenado", num lufa lufa, onde se falam muitas línguas, onde tudo passa de centenas para milhares, onde em onze dias se vive devagar, desfrutando de tudo, desde de manhã até à noite, quando apanhamos um dos muitos autocarros apinhados de gente de branco e vermelho, de ar feliz após ter assistido a mais um fogo de artificio, de volta a casa para descansar e se preparar para mais um dia de festa. Só fazendo como S. Tomé, ver para querer, é que se percebe como uma pessoa contra as touradas, sejam portuguesas, francesas, mexicanas ou marcianas, gosta da coisa.

Respeito a vossa afição. E, para o Jorge Ramalho que tem esse sonho, força nessa porque é uma grande festa!!

Sem comentários: